Analisando a estratégia com um olhar além de consumidor.
Em 21 de junho de 2021, o Nubank anunciou que agora Anitta faz parte do conselho de administração da empresa. A cantora terá como função auxiliar nas decisões estratégicas e nas melhorias dos serviços e produtos da companhia.
Os motivos para a escolha da também empresária para o cargo são diversos. Como o próprio Nubank afirmou, Anitta conversa com o público, passa a mensagem de diversidade, entende de marketing, negócios e ajudará na expansão da marca para América Latina. Apesar disso, alguns consumidores que não se identificam com a celebridade não foram a favor dessa união, resultando até no cancelamento de entrevistas logo após o anúncio.
A questão que vamos abordar aqui não é simplesmente se amam ou não a artista e sim avaliar a comunicação que foi feita. O Nubank possui uma ótima equipe de marketing e com certeza já tinham mapeado a grande chance de comentários negativos. Entretanto, as vantagens de terem a cantora no board eram maiores. Bom, se a pessoa escolhida conversa com os valores da empresa, entende sobre estratégias, qual foi o problema então?
Mesmo com um bom time de colaboradores, alguns erros podem sim acontecer. O passo de escolher alguém para fazer parte da empresa é muito grande, tanto para a companhia, quanto para o consumidor. Eles querem e devem entender no que essa decisão irá implicar na vida deles, não podendo ter brechas para achismos. Com as redes sociais, achismos tornam-se verdades em segundos. Assuntos voltados para bancos, dinheiro e investimento são sempre delicados e geram dúvidas, porque sabemos que não é algo simples de se trabalhar e sabemos também do impacto que causam.
Aqueles que não conhecem a história da Anitta podem não entender qual o sentido de tê-la no conselho de administração de uma empresa desse setor. O que deveria ter sido feito então? Preparar o público para isso. A artista poderia ter começado a falar um pouco mais sobre o tema, mostrar que entende, que está estudando e passar mais segurança ao consumidor. A questão aqui não é fazer com que gostem dela, mas sim preparar o terreno e amenizar situações de potencial rejeição. Por mais que uma parceria possa inicialmente não fazer sentido para alguns, com uma comunicação correta e estratégica, o consumidor passa a entender a linha de raciocínio da empresa e assim não só entender, mas concordar.
No Brasil, chamar celebridades para ocupar cargos em empresas tem sido uma estratégia muito usada. Nos Estados Unidos isso já não é novidade e, em alguns casos, não funcionou. Não se sabe ao certo os termos dos contratos, mas é importante pensar em alguém que não apenas consuma, se identifique com a marca e converse com o público, mas alguém que, de fato, queira ajudar a empresa a crescer ainda mais e não busque apenas a atenção da mídia.
Na visão de consumidora, acredito que a Anitta tenha muito a acrescentar para o Nubank com o seu vasto conhecimento em estratégias. Resta agora espera os novos projetos e rumos que a empresa irá tomar.